Projetado para ser o ambiente de controle do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), o Centro de Operações Espaciais da Telebras (COPE-P), em Brasília, que completa três anos nesta sexta-feira, 23, é muito mais do que isso: trata-se de um centro de excelência satelital reconhecido mundialmente pela complexidade e modernidade das instalações.
 
Todas as obras e instalações, construídas em uma área de 14.000m², foram concebidas com o nível máximo de segurança e disponibilidade de rede, possuindo todos os sistemas de conectividade, energia, climatização, automação e segurança redundantes. Além do SGDC, o COPE tem capacidade para atender diversos satélites geoestacionários e de baixa órbita.
 
O centro possui o segundo datacenter com certificação TIER IV no Brasil e o primeiro com essa certificação no setor público. É o mais alto padrão em relação a confiabilidade na operação de serviços de um datacenter e atesta uma infraestrutura com manutenção continuada de operação, com alta tolerância a falhas e capacidade de ultrapassar os piores incidentes técnicos. A certificação ainda representa uma disponibilidade de 99,9997% do tempo, sendo aceitável que fique inoperante por menos que seis minutos ao ano.
 
Em 2021, o sistema de climatização do COPE recebeu o prêmio Smacna como destaque do ano na categoria Obra Nova / Conforto, considerado o mais disputado do setor. A instalação premiada é composta por duas Centrais de Água Gelada (CAGs) que operam com igual capacidade, instaladas de forma semelhantes (espelhadas), onde há redundância de resfriadores de líquidos, bombas de água primárias e secundárias, tanques de termoacumulação, válvulas, registros e sistema de automação.
 
Antes mesmo da inauguração oficial em 2020, a Telebras recebeu, em 2018, pela obra do COPE, o prêmio de Melhor Prestação de Serviço Digital do Setor Público na edição latino-americana do DataCenter Dynamics Awards. A premiação, conhecida como “Oscar” da indústria, revela iniciativas de inovação eficiência e os melhores projetos de engenharia.
 
A equipe que atua no COPE é composta por militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, além de 22 profissionais da Telebras da Gerência de Engenharia e Operação de Satélite (GEOS).
 
O gerente da GEOS, Sebastião Neto, ressaltou as melhorias nos processos de trabalho no decorrer desses três anos, voltadas para ampliar eficiência. “Reduzimos redundâncias nos processos. Um exemplo disso está na migração do tráfego para manutenção da gateway [estação de acesso do satélite] de Salvador, na Bahia, que passou de cinco horas para 45 minutos”, destacou.
 
Além do COPE-P, em Brasília (DF), e da gateway em Salvador (BA), a estrutura de operação satelital da Telebras conta com outras gateways em Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e no COPE-S, no Rio de Janeiro (RJ).
 
Conectando o Brasil
 
Em um mundo onde se exige cada vez mais conexões, já são aproximadamente 56 mil pontos de internet instalados por meio do SGDC. Desse total, 32 mil foram ativados pela Viasat, parceira da Telebras, no mercado privado, e 24 mil são operados pela própria Telebras, direcionados sobretudo para políticas públicas. Desses, estão instalados aproximadamente 19 mil pontos em escolas públicas rurais e indígenas, assentamentos, comunidades quilombolas e outras áreas do país que não dispõem acesso à internet com banda larga de qualidade.
 
Além de unidades de ensino, o SGDC já conectou mais de 1.000 unidades de saúde, centenas de unidades de conservação, bibliotecas, associações, sindicatos, cooperativas, órgãos de segurança pública, pelotões de fronteira e comunidades em situação de vulnerabilidade social.
 
O acesso à internet via SGDC para uso civil utiliza a banda Ka, que permite conexão de alta qualidade para milhões de brasileiros nos programas de inclusão digital e acessibilidade do Governo Federal, especialmente o programa Wi-Fi Brasil, coordenado pelo ministério das Comunicações (MCom) e operado pela Telebras. Além disso, o satélite brasileiro também é utilizado de forma estratégica para as comunicações militares, por meio da banda X, e pela comunicação segura para diversos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.