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Mulheres do Brasil, orgulho da Telebras

Concorrendo com profissionais do mundo todo, as engenheiras da Telebras Márcia Nunes, Samara Oliveira e Wanessa Silva foram as três brasileiras selecionadas para treinamento na área de satélite, nos Estados Unidos.

 

“Dentro da Telebras conhecemos bastante nosso campo de operação, mas também enxergamos que temos potencial para ampliar essa atuação com discussões a nível mundial”, ressalta a engenheira da Telebras Márcia Nunes que, ao lado de mais duas colegas de profissão e de equipe, Samara Oliveira e Wanessa Silva, são as únicas profissionais a representar o Brasil em um programa de treinamento intensivo com líderes mundiais na área de satélite, de 1º a 12 de maio, nos Estados Unidos (EUA).
 
As três engenheiras não escondem a felicidade pela seleção, que é fruto de muito trabalho e dedicação. Na última sexta-feira, 28, elas foram recebidas pela secretária-executiva do Ministério das Comunicações (MCom), Sônia Faustino, e ganharam kits da Telebras para levar na viagem. “Esse viés social das políticas públicas está no sangue da gente. Espero que elas tragam muita novidade para auxiliar na redução da desigualdade de acesso à internet no país, o que faz parte da grande missão da Telebras”, afirmou Sônia. O presidente da Telebras, Jarbas Valente, a diretora Administrativo-Financeira, Tatiana Miranda, e o chefe de gabinete da Presidência, Luiz Fernando Ferreira Silva, também participaram da homenagem.
 
Empregadas do quadro da Telebras desde 2016, atuando na Gerência de Engenharia e Operação de Satélite (GEOS), as especialistas concorreram com profissionais do mundo todo a 30 bolsas para mulheres engenheiras, que trabalham na área de satélites ou telecomunicações, oferecidas pelas entidades de ensino norte-americanas, a CEE-TP (Carnegie Mellon University’s Center for Executive Education in Technology Policy), em Washington, e a USTTI (United States Telecommunication Training Institute), em Columbia, no estado de Maryland.
 
Após o processo seletivo e análise curricular, as colaboradoras foram selecionadas pelo Departamento de Estado em Washington para participar do treinamento com todas as despesas custeadas pelo governo americano. A iniciativa visa ampliar a cooperação entre os países, por meio de programas e projetos voltados para diminuir a desigualdade no mundo.
 
Samara e Wanessa embarcaram no último sábado, 29, com muita expectativa e vontade de aprender. Já Márcia, que participará do segundo curso, viaja em 6 de maio. A participação da Telebras nesse treinamento é uma forma de impulsionar a empresa no setor de telecomunicações sob a ótica da inovação e do aprimoramento contínuo, além de mostrar compromisso com o desenvolvimento das equipes.
 
Para Wanessa, o curso é, inclusive, uma oportunidade de dividir experiências; enquanto Samara chama atenção para a importância de levar o Brasil para esses encontros, já que as três foram as únicas profissionais do país selecionadas para participar. “É uma responsabilidade representar o Brasil e a Telebras, isso faz com que a gente se cobre até um pouco mais para ficar no nível de excelência que queremos chegar”, afirma Samara, que foi selecionada para participar dos dois cursos.
 
O treinamento das especialistas Samara e Wanessa começou na segunda-feira, 1, e segue até 5 de maio, na CEE-TP, em Washington, com o curso “Política de comunicações por satélite no novo mundo espacial: abordagens para expandir a conectividade com a internet, permitindo maior diversidade na participação e liderança em telecomunicações em uma base nacional, regional e global”.
 
As aulas tratarão de tecnologia e as questões regulatórias nacionais e internacionais dos sistemas de comunicação via satélite, questões de desigualdade digital em regiões que possuem pouca ou nenhuma infraestrutura de internet, além de debater diversidade de gênero na participação e liderança em telecomunicações em nível nacional, regional e global.
 
De 8 a 12 de maio, na USTTI, em Columbia, Márcia e Samara participam do curso “Sequência de Treinamento de Comunicações por Satélite”, liderado por especialistas mundiais no assunto, com objetivo de fornecer uma visão dos bastidores e discussão sobre tecnologias emergentes com especialistas e autoridades políticas impulsionando a inovação.
 
“Percebemos que temos um conhecimento muito maduro, mas temos pouca oportunidade de participar desse tipo de evento”, avalia Márcia.
 
Trajetória
 
Wanessa Silva é engenheira eletricista e mestre em telecomunicações e redes em telecomunicações de dados pela Universidade de Brasilia (UnB). Na equipe CMC (Comunication Management Center), ela é responsável por monitorar e configurar a carga útil do satélite, além de operar, monitorar e dar manutenção das antenas CMS.
 
Márcia Nunes é engenheira de redes de comunicação e mestre em engenharia elétrica pela UnB, e possui curso de dinâmica de voo e certificados de curso à distância pela Ecole Polytechnique Federale de Lausanne, na Suíça. Atualmente ela lidera a equipe FDS (Fly Dinamic System), responsável pelo cálculo das manobras do satélite, mantendo uma distância segura de outros corpos que estão em órbita.
 
Samara Oliveira é engenheira de redes de comunicação, com especialização em gestão de segurança da informação, ambas realizadas na UnB. Lidera a equipe GCN (Ground Control Network), que administra da tecnologia da informação de redes e sistemas de rede solo do satélite.
 
Confira a entrevista:
 
1. A seleção para esses cursos reforça o reconhecimento da excelência profissional de vocês. Como vocês enxergam essa participação?
 
Márcia: Quando saiu o resultado, fiquei sem acreditar. Percebemos que temos um conhecimento muito maduro, um processo de educação muito estudado no tema satélite, mas temos pouca oportunidade de participar desse tipo de evento. Dentro da Telebras conhecemos bastante nosso campo de operação, mas também enxergamos que temos potencial para ampliar essa atuação com discussões a nível mundial. É importante reconhecer que nos esforçamos muito para aprender o que aplicamos no dia a dia do nosso trabalho.
 
Wanessa: Quando saiu o resultado tive um sentimento parecido com o da minha entrada na Telebras. Em 2016, quando cheguei aqui, não conhecia o satélite e nós três fomos chamadas para trabalhar direto na operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Na hora pensei: “Isso é uma oportunidade”. Não imaginava que poderia estar no setor público trabalhando com tecnologia de ponta, é um sistema complexo e muito restrito.
 
Samara: Quando entramos na Telebras eu já sabia do SGDC, mas não imaginava que fosse trabalhar na gerência que opera o satélite. É legal saber que você participa de algo tão particular e importante, que requer muito conhecimento técnico. Então quando fui selecionada para os dois cursos fiquei muito surpresa, é como se tivesse um reconhecimento por todo o esforço e dedicação que tenho para estudar, melhorar e aprender diariamente para cumprir as expectativas. É uma responsabilidade representar o Brasil e a Telebras, isso faz com que a gente se cobre até um pouco mais para ficar no nível de excelência que queremos chegar. Dá ânimo para estudarmos mais e mais.

 

2. Qual a expectativa em relação ao curso? Como ele poderá ser aplicado, na prática, aqui na Telebras?
 
Márcia: Sinto falta de troca de informação com outros operadores na área de satélite que atuam neste mercado tão específico. Por isso, o curso é uma oportunidade de estabelecer contatos importantes, com informações que vão ampliar nosso campo profissional, abordando questões ligadas a políticas públicas e novas tecnologias na área de telecomunicações visando a universalização do acesso. É importante estarmos lá e vermos o que o resto do mundo tem a dizer em relação a esse cenário. Essa troca de experiências podendo ser aplicadas à realidade de trabalho da Telebras, que fornece inclusão digital e acesso à internet especialmente em comunidades que não teriam acesso de outra forma se não fosse via satélite, é o que considero mais importante quando estamos falando de conhecimento.
 
Samara: É raro termos um evento que reúna equipes técnicas que atuam nas áreas de satélite e telecomunicações. Será enriquecedor trocar experiências com outras mulheres e homens de países diversos sobre os temas que trabalhamos. Sem contar na oportunidade de aprender tecnologias e políticas mais novas em relação ao nosso campo de trabalho [satélite], fugindo um pouco da área de operação, que acaba sendo repetitiva algumas vezes. Conseguir aprender e trazer para a empresa propostas de melhoria para implementarmos na gestão e nos sistemas, com base nas práticas de outros lugares e organizações, vai gerar um bom retorno para a Telebras.
 
Wanessa: O curso é uma oportunidade de trazer visibilidade à questão das minorias. Para se ter uma noção, temos colegas do Vietnã, Moçambique, Cabo Verde, Indonésia, Filipinas e Quirguistão, por exemplo, áreas que realmente precisam receber informações para melhorar a inclusão e cobertura dos serviços de telecomunicações. Nesse sentido, acredito que os dois cursos são oportunidades de trazer informações relevantes capazes de alimentar o desenvolvimento e o planejamento dos próximos satélites brasileiros.

 

3. Ampliação da diversidade de gênero na participação e liderança em telecomunicações é um dos pontos que serão abordados durante o treinamento. Como vocês veem esse cenário hoje e a importância de trazer esse debate?
 
Márcia: Eu sou a única mulher do setor [FDS – Fly Dynamic System], entre militares e civis, por exemplo. Então me dá muito orgulho poder participar desse curso e trazer esse conhecimento para a Telebras, incentivando mais mulheres a entrar nesse campo de trabalho.
 
Wanessa: Na Gerência de Engenharia de Operação de Satélite (GEOS), somos três mulheres em uma equipe que conta com 25 engenheiros, ou seja, representamos 12% do corpo de trabalho. No entanto, das seis áreas de operação do setor, duas são lideradas por nós. No aspecto da liderança conquistamos um espaço maior do que se formos comparar em quantidade absoluta de pessoas trabalhando no setor.
 
Samara: Como observou a Wanessa, conseguimos dentro da GEOS representatividade nas lideranças. Essa discussão de diversidade de gênero que ocorrerá no curso, com uma visão mais globalizada, mostra uma preocupação com a presença de líderes femininas no nosso meio de trabalho. É uma abordagem muito bem-vinda, importante para dar um panorama do que está ocorrendo ao redor do mundo.

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