O evento, promovido pelo Ministério das Comunicações (MCom), em parceria com a Telebras, Anatel e Correios, é aberto ao público e segue até quinta-feira, 17.
Debates sobre sustentabilidade nas políticas públicas, ações de integridade e governança na administração pública marcaram o início do I Encontro de Sustentabilidade ESG nesta terça-feira, 15, no auditório do MCom, em Brasília.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participaram da abertura do evento ao lado do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho; e do vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho.
O presidente da Telebras, Fred Siqueira Filho, falou sobre as iniciativas sustentáveis da empresa no painel: Experiências do MCom e entidades vinculadas na gestão ESG: O que fizemos até aqui?. O debate foi mediado pela secretária de Coordenação das Estatais, Elisa Leonel, e contou ainda com as participações de Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios; Artur Coimbra, conselheiro da Anatel; e Gil Loja, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno/MCom e conselheiro da Telebras.
“Nossa empresa cumpre o papel de ESG. Temos os COPEs [Centro de Operações Espaciais], que atendem à sustentabilidade em geração fotovoltaica, com redução de 200 toneladas de CO², captação de águas pluviais, reservatório de reuso e o máximo de aproveitamento de luz natural, dentre outras medidas. Todo esse ativo, que faz parte da Administração Pública Federal, tem certificação internacional Tier IV”, destacou Fred Siqueira.
MEIO AMBIENTE – A preocupação com o meio ambiente nos processos internos da Telebras também foi enfatizada pelo presidente. “Eliminamos o uso de copo descartável e com isso reduzimos o uso de cerca de 25 mil copos plásticos por ano. O consumo interno de papel também foi reduzido em 90% com a implantação do SIGA-DOC (Sistema Integrado da Gestão Administrativa), passando a poupar 78 árvores por ano”, disse.
“Também temos uma política de descarte de notebooks e computadores, para os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC), do MCom”, completou Fred Siqueira, enfatizando, ainda, que as ações da empresa também incluem políticas de governança, proteção de dados pessoais, além do cuidado na saúde e na segurança na gestão de pessoas.
AÇÕES EMERGENCIAIS – Além da inclusão digital, social e a responsabilidade com o meio ambiente, Fred Siqueira enfatizou o trabalho da Telebras de levar conexão em ações emergenciais – como ocorreu na tragédia pelas chuvas em São Sebastião (SP), no alagamento dos municípios do Maranhão (MA) e na ajuda humanitária aos Yanomami (RR), todos ocorridos em 2023. “Esses projetos mostram a capacidade da nossa empresa de chegar primeiro, aproximando os mais distantes”, afirmou.
CRESCIMENTO – De olho no futuro, Fred Siqueira destacou a capacidade da Telebras em ser a grande provedora de infraestrutura e telecomunicações da Administração Pública Federal, tanto por via terrestre quanto satelital. “Temos em torno de 30 mil quilômetros de fibra óptica em todo Brasil, e parcerias com vários provedores regionais. Hoje, são quase 24 mil pontos conectados pelo SGDC [Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas]. Nossa política pública é levar conectividade e melhorar a inclusão para promover os indicadores sociais, pois chegamos em locais onde ninguém mais chega”, disse. “Somos uma grande empresa pública, com muita infraestrutura para crescer, e isso nos enche de orgulho”, concluiu.
MCOM E VINCULADAS – Artur Coimbra representou o presidente da Anatel no painel e trouxe as ações da agência de ESG sob a ótica da sustentabilidade. “Temos estudo de radiação restrita e para rede privativa, implantação do 5G, monitoração de radiação e destinação ambientalmente correta de resíduos, além de trabalhar na melhoria da eficiência energética das nossas infraestruturas prediais”, explicou.
O presidente dos Correios destacou as iniciativas internas da empresa, e também a perspectiva de um futuro mais verde. “Com nossa presença em todos os municípios brasileiros, podemos nos tornar um grande agente estatal visando o desenvolvimento sustentável”, disse Fabiano Santos. Gil Loja ressaltou a importância de se criar uma política própria de sustentabilidade no governo.
ABERTURA – Na abertura, Juscelino Filho falou sobre os aspectos da sustentabilidade na inclusão digital. “Precisamos enxergar que a integração das políticas públicas de comunicação e ESG com o setor de telecomunicações é crucial para avançar no tema. Para isso, são necessários infraestrutura tecnologia acessível e acesso igualitário de comunicação para a promoção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva, onde as gerações futuras herdem um planeta mais sustentável e conectado”, destacou.
Marina Silva reforçou a importância do compromisso de sustentabilidade, tanto da esfera pública, quanto do setor privado. “As empresas que não têm compromisso com a agenda ESG são menos sustentáveis, não só do ponto de vista ambiental, mas do ponto de vista econômico e de sua competitividade”, afirmou. “Em lugar da gente ficar pensando o futuro a partir do presente, vamos pensar no presente a partir do futuro que nós queremos”, finalizou.
O vice-presidente do TCU, Vital do Rêgo Filho, chamou a atenção para a sustentabilidade como incentivo à inovação da Administração Pública Federal. “Não devemos subestimar o poder da inovação. Ao buscar soluções sustentáveis, somos impulsionados a inovar nos métodos e práticas. Isso não apenas melhora a eficiência dos serviços públicos, mas resulta em economia de recursos”.
Já o ministro-chefe da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, ressaltou a transição da mudança climática e energética como uma preocupação que tem que percorrer de maneira transversal todas as políticas públicas, inclusive a agenda regulatória brasileira. “Temos um campo imenso que podemos percorrer. No de controle, podemos começar pela agenda de regulação econômica”, pontuou.
O I Encontro ESG continua nesta quarta-feira, 16. Acesse a página do evento para saber mais detalhes.